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CANHANDULA ANTONIO
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canhandula
Jul 30, 2024
In Self Help Forum
Faço esta dedicatória oportunista aos diáconos da Diocese de Tete, por ocasião da ordenação sacerdotal de mais dois diáconos no dia 18 de Agosto de 2024, na minha Alma Mater, antigo Seminário do Zóbwè, hoje Santuário gêmeo do de Boroma.
Não pretendo traçar as origens do vosso oficio, mas vou fazê-lo, não tanto para vossa memória, como mais para a nossa memória coletiva, nós testemunhas da vossa dedicação que ora começa; para enquadrar e legitimar firmemente na bíblia sagrada a epistemologia do vosso oficio nobre.
Não se trata sequer de uma lição de bíblia, mas sim de uma oportunidade festiva para reafirmar e exteriorizar a nossa fé no valor missionário do ofício ao qual ora dedicais a vossa vida. Passais a ser daqui em diante, a pessoa que eleva a nossa voz ao Senhor, e a pessoa que interpreta a voz do Senhor para nós, a multidão de seguidores, seara aberta a vós trabalhadores do Senhor.
Por esta razão, assento a minha dedicação no livro bíblico dos Números, do qual vou reproduzir passagens selecionadas.
O oficio sacerdotal começa historicamente muito cedo no livro do Êxodo, durante a deriva do povo de Deus no deserto do Sinai durante 40 anos. É um oficio que começa com Aarão e sua família, e se estende à tribo dos Levitas, dedicada a este oficio por Moisés, sob indicação divina. Durante o exílio no Egipto e durante a sua caminhada pelo deserto, antes de chegar à terra prometida, Deus falava ao povo através de Moisés e Abraão. Deus passou os seus mandamentos a Moisés, que os trouxe de volta ao seu povo, só para descobrir que o seu povo, um pouco desesperado por uma vida difícil no deserto, enganou Aarão a fabricar um bezerro de joias, o qual passaram a adorar (Êxodo 32). Conta a bíblia que Moises ficou zangado com esta cena e quebrou as pedras dos mandamentos, e só pode trazer de novo os mandamentos numa tábua de madeira, da segunda vez que se encontrou com Deus. Uma história complicada.
Quem já trabalhou no deserto como eu, compreende que aquele ambiente de ar quente e seco é mesmo de provocar alucinações nas pessoas. Assim o povo de Deus ficou confuso. Uma verdadeira epopeia cheia de dramas. Vós diáconos estais preparados para trabalhar em condições humanas complexas e confusas. Esperamos orientação espiritual.
Enfim, todo o Êxodo representa o desenvolvimento de relações entre Deus e o seu povo eleito, através da representação diplomática de Moisés e do Consulado dos Levitas. O leitor terá notado que quase todos os capítulos começam com a frase: “O senhor disse a Moisés”. No desenvolvimento das relações entre Deus e nós, os nossos Cônsules perante Deus sois vocês.
Atrás, dizia eu que a ordem do sacerdócio foi confiada aos levitas. Êxodo 28, 1 reza o seguinte: faz vir junto de ti, do meio dos Israelitas, teu irmão Aarão com os seus filhos para me servirem no oficio sacerdotal: Aarão, Ndab, Abiu, Eleazar e Itamar, filhos de Aarão.
Igualmente, o livro dos Números (3: 5-10) confirma que os Levitas são a tribo dedicada ao oficio do sacerdócio para o povo de Deus: NÚMEROS 3: 5-10:
• 5. O senhor disse a Moisés,
• 6. Manda vir a tribo de Levi e apresenta-a ao sacerdote Aarão para servi-lo.
• 7. Os Levitas se encarregarão de tudo o que foi confiado aos seus cuidados e aos de toda a assembleia, diante da tenda de reunião: assim farão o serviço do tabernáculo.
• 8. Cuidarão de todos os utensílios da tenda de reunião e do que foi confiado aos cuidados dos israelitas; e farão assim o serviço do tabernáculo.
• 9. Darás os levitas a Aarão e seus filhos. Eles serão escolhidos dentre os filhos de Israel para serem inteiramente dele.
• 10. Estabeleceras Aarão e seus filhos para exercerem o ministério sacerdotal. O estrangeiro que se aproximar do santuário, será punido de morte.
Neste momento exaltado e exaltante da vida da Diocese, queria primeiro endereçar a minha dedicatória aos novos sacerdotes, que se juntam aos sacerdotes já consagrados, e reafirmar as expectativas do povo cristão, e curiosamente também do povo não cristão, no que diz respeito às qualidades exigidas do ministério que ora passam a exercer de direito (e de dever, na realidade): elas se resumem nas virtudes de abnegação, de humanidade sublimada que nós outros não conseguimos imitar. Fazei-lo por nós.
Finalmente, longe de mim apontar para o dever de obediência ao vosso bispo. Mas ele precisa da vossa solidariedade na ação. Este dever está também enraizado na mesma bíblia (Num, 3: 32), que descreve o Bispo Eleazar, como o Príncipe do Príncipes dos Levitas, o qual tinha a superintendência sobre os que velavam pela guarda do santuário.
Para concluir, continuo inspirado pela expressão “Sal da Terra, Luz do Mundo” (Mat. 5, 13-16).
Boa caminhada.
Canhandula, A. Jose
Tete, Julho de 2024
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canhandula
Jul 30, 2024
In Self Help Forum
A Diocese de Tete demonstrou dinamismo espiritual ao iniciar uma primeira peregrinação ao Uganda por ocasião das festas do 3 de Julho (2024), dia dos Mártires do Uganda, dos quais os mais conhecidos são os Santos Carlos Lwanga e Kizito Omuto. Como ficou escrito num artigo publicado pela Paróquia de Matema, esta peregrinação foi conjunta com a Diocese de Lichinga e com os peregrinos do Malawi. Tal colaboração abre perspectivas para maior reforço pastoral entre a Diocese de Tete, pela sua posição fronteiriça, com dioceses vizinhas do Malawi e da Zâmbia. Ela demonstra que o dinamismo da Diocese é um instrumento inestimável, a ser explorado para a melhoria do acesso pastoral a zonas remotas da Diocese, onde os servidores de Deus deste lado da fronteira têm dificuldades de acesso, ad majorem Dei gloriam. O exemplo foi dado pelo Pastor da Diocese, Dom Diamantino Antunes, ao convidar três Bispos das Dioceses de Zomba, Blantyre e Lilongwe (Malawi) para uma visita pastoral conjunta a Tete no mês de Maio deste ano. Mas este é assunto para outra ocasião.
Voltemos à história dos Mártires do Uganda: Em 1887, o Kabaka (Rei) Mwanga II deu ordens de morte a 22 sujeitos seus por se terem convertido à fé cristã e terem aderido à Igreja Católica. Eles foram imolados no distrito urbano de Namugongo. Entretanto, gostaria de sublinhar o facto de que estes 22 mártires católicos se juntam a 23 outros mártires cristãos Anglicanos que pereceram da mesma maneira, ao mesmo momento, sob a mesma ordem e pela mesma razão de conversão. Fala-se muito menos destes e interessa-nos não os eclipsar nas nossas menções. Estes Anglicanos cujo sangue se misturou ao dos católicos, levaram o Papa a plantar em Namugongo uma árvore da solidariedade cristã entre as duas igrejas, um gesto ecumênico característico da cúpula da Igreja Católica.
A importância do Uganda para a fé cristã foi marcada pelas visitas de três papas diferentes a este país, um facto que é raro. Com efeito, em 1969, o Papa Paulo VI, em 1993 o Papa Joao Paulo II e em 2015, o Papa Francisco visitaram Namugongo.
No Uganda, a história do martírio pela fé é ainda mais larga: recuando um pouco na história dos reinos do Uganda, em 1877 (dez anos mais cedo), um grupo de 70 Muçulmanos também foi imolado por queima no fogo, por ordens do Kabaka Mutesa, no mesmo local (Namugongo), pelas mesmas razoes de fé.
Os Reis do Uganda aperceberam-se da expansão religiosa nos seus territórios e viram nisso um cavalo de Troia passível de destruir os seus impérios. Infelizmente, a penetração de religiões e cultos religiosos de fora de África vieram a galope das ocupações coloniais, e estas religiões continuaram a manter-se associadas orgânica, administrativa e legalmente com os estados colonizadores. Basta lembrar, no contexto de Portugal, a Concordata com a Santa Sé[1]. Muito infelizmente, como o prova também a história tumultuosa de Moçambique, que seja no período colonial, que seja na adaptação das relações entre o estado e a Igreja após a independência do país.
Assim, enquanto nós olhamos apenas para o aspecto de fé destes acontecimentos no Uganda, não podemos, como Africanos, alhear-nos ao facto de que estas ordens reais faziam parte de um esforço de sobrevivência do seu estado contra a ocupação colonial. Mais uma vez, esta perspectiva histórica é importante para o nosso comportamento dicotômico: como cristãos e como cidadãos Moçambicanos com opções do exercício do poder público e político.
Quero concluir com duas observações:
1. Sublinhar o facto de que os Mártires do Uganda foram os primeiros Africanos santificados em 1964, decorridos muitos séculos desde a santificação de Santo Agostinho (Argélia) em 1292 pelo Papa Bonifácio VIII. E o próximo santo Africano foi a Irmã Josephine Bakhita, santificada em 2000. Estou à procura de outros mais santos católicos Africanos. Depositamos esperanças na canonização de João de Deus Kantedza e Sílvio Moreira, padres Jesuítas, ambos dos quais conheci pessoalmente, um na Missão da Fonte Boa (grande cantor, dinamizador da catequese e fotógrafo que nos ensinou a fabricar o terço na sua oficina) e o segundo, no Seminário do Zobwe (filósofo consumido e silencioso, grande atleta).
2. Este artigo serve também para sublinhar o trabalho pastoral da paróquia da Matema e seus dirigentes, entre padres e animadores. E aproveitar para fazer ressaltar a existência na igreja de Na Sra. das Graças de Matema de um retrato silencioso e meio apagado de Santa Josephine Bakhita. O fresco pode ser melhor protegido. Pelo exemplo da sua vida humilde, ela é uma inspiração e podia ser adoptada pela mulher da paróquia como sua intercessora.
• Viva a Paroquia de Nossa Senhora das Graças.
• Que Santa Josephine Bakhita interceda pelas famílias paroquianas afim de estarem protegidas perpetuamente pela graça de Deus e a paz nos seus lares.
• Muita força pastoral e saúde ao Bispo da Diocese, Dom Diamantino Antunes.
Canhandula, A. Jose
Tete, Julho 2024
[1] https://www.vatican.va/roman_curia/secretariat_state/archivio/documents/rc_seg-st_19400507_santa-sede-portogallo_po.html
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canhandula
Jul 30, 2024
In Self Help Forum
Esta é apenas uma reflexão pessoal, fruto de momentos em que olho no retrovisor do meu serviço público, no conforto, quietude e retiro da minha reforma. E disse eu cá de mim para mim: porque não partilhar com aquela/es Moçambicana/os que ainda se debatem com o oficio de direção, e que procuram passar de chefes a diretores, de diretores a dirigentes, e de dirigentes a líderes de equipas? A minha experiência prova que o líder não é necessariamente o mais brilhante do grupo, (até seria mau para a coesão da equipa se assim fosse).
E ficou provado como cimento argamassado que se alguém segue o chefe para o elogiar como o mais inteligente, o mais iluminado, esse está a destruir o dirigente e a impedi-lo de ser líder de homens. Por isso, o/a chefe não se deve apoquentar por ter na sua turma pessoas mais inteligentes do que ele/a. Ao contrário, use os/as mais inteligentes para reforçar a equipa, e reconheça as suas contribuições.
Eu sempre me achei muito sortudo na vida, apesar de todas as vicissitudes. Tive uma educação acima da média do total das vivencias da minha aldeia. Tive muito apoio de pessoas alheias a minha família biológica. E sempre trabalhei em profissões que me deram satisfação moral e crescimento intelectual contínuo.
• Primeiro, como professor em Chimoio: mais do que dinheiro, a minha satisfação profissional foi acompanhar a evolução na vida, do estudante que se formou graças à minha contribuição também. Quanto ao dinheiro, na função de professor fui sempre tão pobre como um rato da sacristia; o dinheiro não era tão importante como a simples satisfação de ser professor. Ainda era solteiro.
• Segundo, como funcionário júnior no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Maputo: Exposto frontalmente às relações entre países, às forças regionais e internacionais que determinam a posição do nosso país: fiquei impressionado pela posição clara e anti-imperialista, pela solidariedade firme e inequívoca do nosso país com os povos em luta, como foi a nossa experiência: África do Sul, Rodésia do Sul, Namíbia, Sahara Ocidental, Palestina, etc.
• E em terceiro lugar como funcionário público internacional. Basta dizer que trabalhar no sistema das Nações Unidas não me deu apenas satisfação pessoal a todos os níveis. Deu-me também a oportunidade de viajar, apreciar, compreender outras culturas e saber tolerar maneiras diferentes de ser e de agir, e de exprimir orgulho de pertencer ao meu país, apesar das nossas dificuldades. Acima de tudo, deu-me a oportunidade de representar o Alto Comissário para os Refugiados em cinco países. Ser o chefe de grandes equipas e tomar decisões com impacto verdadeiro na vida de centenas de milhares de refugiados e deslocados internos, de algumas ONGs e sobretudo com impacto na vida e carreira do pessoal confiado ao meu cuidado pessoal, exigiu de mim muito equilíbrio entre emoções, discernimento e inovação. Mas onde aprendi mesmo, mesmo, a arte, a empatia e a importância do exemplo do líder, foi na minha função de liderança de nível médio, Representante Adjunto em Congo-Kinshasa e em Nairobi-Kenya. Ao longo deste caminho e através de esforço pessoal, eu senti que estava a passar de chefe a dirigente e de dirigente a líder. Aprendendo e adaptando lições, incluindo de erros graves, consegui passar a ser guiado por princípios que sintetizei e adoptei, fazendo-os parte do meu plano anual de trabalho, 6 anos como Adjunto e 12 anos como Representante.
Gostaria, pois, de partilhar com o caro leitor esta parte das minhas experiências, na esperança de que possa servir de referência à medida que vosmecê for assumindo funções que exigem a arte de liderança.
E começar por dizer que o gosto pela liderança não está no prestígio, nem nas regalias, nem no poder nu e cru, mas na capacidade de implicar e manter coesa a equipa em redor de objetivos comuns, de validar e apreciar as diferentes capacidades e procurar complementaridades, e de transmitir positivismo e satisfação profissional, através do exemplo pessoal.
Foram princípios que me nortearam e reforçaram a minha aceitação como líder, por parte de quem teve o azar de ter que trabalhar sob a minha alçada. Como eu, você tem a oportunidade única de ação positiva contundente. Por isso, use dessa posição para:
1. Criar Transparência e ao mesmo tempo desenvolver a Confiança.
2. Falar direito e Direto e ao mesmo tempo e SEMPRE, demonstrar Respeito a todos os níveis (nunca beijar ninguém com uma mentira, subordinado ou superior).
3. Confrontar a Realidade e clarificar Expectativas (o foco deve ser sempre a mensagem e não quem traz a mensagem).
4. Assumir Responsabilidade e demonstrar Lealdade e atitude Positiva para com a equipa.
5. Corrigir erros; primeiro Escutar, nunca procure ser o herói do grupo.
6. Apresentar Resultados, guardar Compromissos, e ter a coragem para Tomar iniciativas e Inovar (um navio está mais seguro atracado ao porto, mas essa não é a finalidade da construção de navios, não acha?)
7. Melhore-se sempre através da aprendizagem contínua (a aprendizagem termina no dia da morte).
Espero que este artigo o inspire. Sobretudo, tenha em conta que a melhor parte da sua prestação vem de cerca de 20% do seu esforço, e os restantes 80% do esforço só produzem 20% do seu sucesso[1].
Canhandula, A. Jose
Tete, Julho de 2024
[1] https://rockcontent.com/br/blog/principio-de-pareto/
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canhandula
Apr 26, 2023
In Self Help Forum
MY LIFE WITH THE UN SERIES I intend to tell my story of association with the United Nations, not with an innocent intention, but with a clear set of personal objectives: to share a few reflections of the very positive own experience. Not hesitating also to revisit the errors, as they say in any case that experience “is the set of past mistakes we are fond of remembering”. I also have very positive experiences; to offer some criticism where I feel necessary in the hope that it will inspire others in active service to do better; in the whole prevailing complex, conflicting and conflictual environment of interests, to locate our Continent; and to tell some fun stories. Not all is about seriousness, otherwise you get a heart attack, or you stop reading. I entered service with UNHCR in August 1989 and retired in November 2021. My life with the United Nations (hereinafter, UN) Series is a title bigger than the content of the series. You see, I have not done work with any other UN Agency than the United Nations High Commissioner for Refugees (UNHCR from here on). So, most, if not all, of my series will be with my erstwhile employer, the UNHCR. Knowing that a number of statements are applicable across UN organizations, I keep the hyperbolic title anyways, in the belief that other UN staff may very well identify with some of the facts I will be writing about. My readership may wish to note that as a United Nations retiree, I still uphold a professional oath of office. And while I will certainly be critical of my former employer (UNHCR), because I know it best, I will refrain from being critical of other Programmes and Funds of the UN System. You can rest assured though that I hold strong views of other UN Agencies with which I collaborated in the various functions of my public career. You would be entitled to ask: why would a UN staff be critical of his employer? Because I evolved in the system for a few years and have been exposed to its work and its impact and consequences. Having evolved for 32 years in a business with direct physical, emotional, psychological, and social consequences on human lives, how they survive or how they perish, it is impossible not to be deeply involved and not to be judgmental of the various political power plays in the delivery of services to defenseless populations, in our case, the refugees and internally-displaced populations. Before and during my time, and certainly well beyond my time, the UN has had and will have a strong role in situations such as the Congo, Libya, Iraq, Syria, Rwanda, Haiti, Afghanistan, Yemen, etc. Mega-events that took or are taking place in those countries are not neutral to an African. That is all I will say for now, since this is not the focus of my series. Just know that I have grown to have an opinion on everything. Come to the blogsite and walk with me. And give me your feedback. Cheers 26 April 2023
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canhandula
Apr 03, 2023
In Self Help Forum
An illustrative time past, over which I will spend some time reminiscing and writing.
Teacher: the most noble and least recognized of the professions. Spiritually, socially and emotionally fulfilling, but keeps you as poor as a church mouse, if you've seen one. In retirement, I still meet other Mozambicans that recognize me as having been their teacher. At heart, I still remain a teacher.
Diplomat: an experience that gave me an opening to the world, a better appreciation and acceptance of other cultures, and ways of doing things. I learned to live with and appreciate differences. I came to understand that a diplomat is a refined government officer. During my time, I experienced the most exciting exposure to other cultures, I participated in one Anti-Apartheid Conference in Paris. I also lost colleagues in the air accident that killed President Samora Machel. It is a whole chapter.
International Civil Servant with the United Nations High Commissioner for Refugees: the longest employ. And raising through the ranks (National Officer, Professional levels P1; P 2; P3; P4; P5, and D(Director) 1. Best employment that afforded me the opportunity to visit and work in as many as 21 countries. This gave me an understanding of the international system architecture and interests, the fallacy of the expression "International Community", and worked with some of the victims of this system, in the category of refugees, and internally displaced populations. And came to better understand the place of our Continent in this maelstrom.
Sunset years with UNHCR: this is a point at which I came to best understand that I was fighting for the dignity of refugees as human beings. Seeing refugees who spent more than 25 years in a closely-controlled camp resembles the warehousing of human capacities that could otherwise be utilized, not just to eliminate humanitarian debilitating assistance, but also to contribute to the economy of the local host municipalities. I retired, and I have no regrets.
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canhandula
Apr 03, 2023
In Self Help Forum
This is a presentation of my person. I do so with a CV that is in Portuguese for reasons of my focus readership, but it is easily understood. As I do so, I felt the need to also share with readers, the values that I pursue in writing blogs, as follows: Personal Values Statement Being Incisive, respectful, and never use abusive language; Generating creative thought; Sharing experience and expertise and create interest; Ending articles by offering solutions; Making new friends and connections by identifying common motivators; Inspire and seek inspiration in the responses; Entertain and share fun information. Follow me in this my space.
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canhandula
Feb 27, 2023
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This is your forum post. Forums are a great way to engage your audience in all types of discussions. Post relevant information to encourage engagement and collaboration. With full freedom to edit posts and add stunning media, managing your forum has never been easier. Make sure you’re on preview mode or on your live published site to modify your forum. You can edit and add new posts, and use categories to organize them by topic. Manage categories from preview mode, and add as many as you like to get the conversation started.
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canhandula
Feb 27, 2023
In Self Help Forum
As the forum owner, you can assign new moderators from your live site. Having moderators is a great way to increase engagement and grow your community.
There are certain actions that only forum owners and moderators are allowed to do on Wix Forum. They can block users, move posts from one category to another, and delete posts.
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canhandula
Feb 27, 2023
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Your forum comes with a Members’ area, which site visitors can use to get to know each other and personalize their profile pages. Members can also add new posts, write comments, and like posts.
When visitors sign up as members, they can join conversations, follow posts, upload media, leave comments, and be notified of any new activity in discussions they’re following. Site owners can use wix Chat to speak to both site members and visitors directly.
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canhandula
Feb 27, 2023
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canhandula
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